quinta-feira, 28 de julho de 2011

Solidão

Escrevi esse texto, em 1998, sem ter noção de que futuramente iria ter um blog...



Estava eu a olhar a luz da lua, acompanhada por duas estrelas, mas estava triste, só, olhando pessoas que ouviam palestrantes.

Fui para fora do recinto acompanhada por uma amiga, com a desculpa de ir ao banheiro, chamei um colega para ficar e acompanha-la. Eles ficaram lá, eu fui para a sacada, eles saíram, por que se não fosse dois “pentelhos” eles ficariam lá a noite toda.
Foram até a janela e lá ficaram entre risos, beijos e abraços e eu, continuei lá, olhando a luz da lua, estaria iluminada ou não?
Havia quatro luzes e a luz da lua, mas eu não as via, estava nas trevas, na escuridão, só, sem ninguém para encontrar quando chegasse o fim do caminho. Eles estavam lá, agora três casais de "namorados", trocando carícias e eu ali, sem ninguém pra entregar meu amor. 

Ficaram ali e após alguns minutos foram até a sacada, fiquei pensando, que não ia conseguir ver aquela cena, talvez por que gostasse dele, mas não, não seria capaz disso, fazer o que, entregar o meu amor a quem?
Não há ninguém para receber meu amor.

Ficaram lá por mais ou menos duas horas e eu lá, “segurando vela", queimando minhas mãos, ou será que não? Sim, pois eles eram dois acompanhados da lua, das luzes da praça, e eu ali, olhando a lua, mas nem sempre ela estava ali, era apenas meia lua, talvez por isso estivesse nas trevas, às vezes algumas nuvens as escondiam.
Eram 21h30min horas e eu ali, presenciando aquela cena, sem saber se era a atriz principal ou apenas coadjuvante?
Não sei, só sei que, eu sei que ninguém sabe o que eu sei; que naquela noite a lua me dizia algo, mas eu não conseguia entender; enfim descobri: “Que deveria entregar o meu amor”, mas não sei pra quem, não tenho ninguém, tinha, mas passei a diante para outra pessoa.

Não quero brincar de papai e mamãe, quero alguém que possa compartilhar meu amor que possa retribuir com carícias, paixão, compreensão e sair por ai esbanjando felicidade, dizendo a todo mundo que é a melhor coisa é dar e receber amor e felicidade seja como for.
Viver nas trevas é uma boa experiência, pois quando chegarmos ao fim do caminho encontraremos uma luz e é nessa luz que devemos viver.
Da experiência que não dói, nada se aproveita, é verdade quando saímos de uma paixão ou amor, saímos machucados, mas a vida é assim, cheia de autos e baixos e a vida não para, ela continua girando.